segunda-feira, 28 de julho de 2008

Não sei de onde vens, para onde vais, ou porque estás aqui... Não sei se és real ou imaginário, se és o meu pior sonho ou o melhor pesadelo, mas sei que existes… Fecho os olhos para te ver… e surges tu: tão próximo, tão meu, tão único. Abro os olhos para te olhar e tu não estás… dissolves-te no nevoeiro das minhas incertezas, do meu medo, de todas as minhas fantasias. Quem és tu? O que fazes aqui? Porquê eu? Porquê comigo? Porque te sinto tão longe e tão perto? Porque me mostraste as nuvens quando eu estava tão adormecida no casulo? Qual a razão que te levou a lembrar-me que tenho pele e não roupa, que tenho corpo e não forma, que tenho desejos e sentidos? Faz-me entender porque tinha asas e nunca voei, porque tinha voz e nunca cantei, porque tinha vida e morri.


segunda-feira, 7 de julho de 2008

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As palavras foram-se, caminharam a passo junto até mar e deixaram-se banhar pelas águas frias, umas perderam-se, outras deixaram-se simplesmente levar pela corrente.
As frases deixaram de ter começo, meio ou fim. Ficaram os pontos, os de exclamação e os simples, que se juntam e dão reticencias...
Mas faltam as palavras.. a forma mágica de ordenar as letras que soltas para pouco servem, pois nada dizem.
As palavras foram-se, perderam-se.
As pegadas na areia indicam uma direcção, já o sentido pode ser diferente. Para quem caminha em frente é um, para quem recua é outro.
O mesmo dizendo das palavras, a direcção era só uma, a do final das frases, já o sentido... esse podia ser um qualquer. Talvez por isso, as palavra se foram, não faziam sentido, não eram ditas ou escritas a fazerem sentido e assim sendo... talvez estejam melhor assim, ausentes...perdidas.
Sem palavras, não há frases. Só os pontos, não chegam.
Sem palavras, não há frases e sem frases não há textos...